"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer"
Graciliano Ramos

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pobrezinho menestrel.

O poeta faz versos pra falar
Do ócio, da ânsia, do mar...
Nos seus versos o poeta reclama.
O poeta cansou de declamar.
O poeta, ah, pobre do poeta...

O poeta, ah, pobre do poeta...
Todo o seu amor se foi de doença;
De tédio; de outro amor; da cidade...
Ah, que pena do pobre do poeta,
Gente do tempo da delicadeza.

O poeta, ah, pobre do poeta.
Fez versos pra abafar a tristeza.
 O poeta, ah, pobre do poeta;
 E na sua pobre dor de poeta
 O efêmero mundo vê beleza.